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“Os otimistas vivem mais, mesmo quando estão errados”

30 jun

Ouvi isso na minha aula durante o final de semana, e fico pensando se esse pensamento mudaria a forma de ver dos pessimistas, fatalistas, realistas, e outras listas de pessoas.

Acho que os pessimistas diriam: “para que viver mais tempo nesse mundo caótico e autodestrutivo?”

Já os fatalistas poderiam pensar: “mas vamos morrer mesmo, no final das contas”.

Os realistas falariam: “o que me importa é estar certo, mesmo que isso me custe anos de vida”.

Os otimistas, ao ouvir isso tudo, responderiam: “que bom que vivemos num mundo que permite essa diversidade de idéias, que tenhamos muitas experiências diferentes ao longo da vida e que há espaço para todas as verdades”.

Na pressão

26 jun

Conheça Ralph Pagano, um chef de Nova Iorque que decide fazer um programa de TV sobre a culinária ao redor do mundo. Até aí, nenhuma novidade. Já vimos o Anthony Bourdain e muitos outros chefs fazendo isso.

Mas aí param as coincidências: ele nunca sabe para onde ele vai, e não tem sua passagem de volta. Ele tem que trabalhar em diversas atividades locais para ganhar o dinheiro para ir embora para casa. Se não conseguir atingir essa meta, sua punição é comer alguma comida das mais estranhas servidas naquela região, como insetos, cabeça de bode ou um queijo fedido curtido na carne crua.

Pressure Cook sempre começa com Pagano sendo deixando no meio do nada em algum país estranho, recebendo algumas instruções básicas e tendo que se virar a partir daí.

Assisti recentemente o episódio que ele vai para Manaus, e trabalha fazendo churrasco numa praia à beira do rio, colhendo banana numa ilha, pescando piranhas para cozinhar para turistas e carregando um pirarucu de 50 quilos nas costas pelas ruas da cidade, pois ele não tem dinheiro para o táxi e não consegue pegar um ônibus (na foto).

Mais interessante do que as receitas que ele cozinha, misturando seus conhecimentos culinários com o que aprende dos chefs e cozinheiros locais, são as enrascadas que ele se mete na tentativa de ganhar algum trocado. Ok, muitas vezes ele se dá bem, como na Toscana, quando vai caçar trufas na floresta; ou em Belize, onde basicamente trabalha na praia pradisíaca o tempo todo. Mas volta e meia ele se mete numa fria, como fazer tequila manipulando enormes pedaços de agave que o fazem ter uma reação alérgica.

Sim, ando vendo demais sobre programas de culinária. Sim, estudo e trabalho com Nutrição e Cozinha. Sim, cozinho para mim mesma minhas 3 refeições diárias. Não, não tenho intenção nenhuma em parar de fazer isso, pois a cada dia me apaixono mais por quem é apaixonado por comida e faz de tudo para alimentar ainda mais essa paixão.

Te gustas la comida de España?

26 jun

Então você tem que assitir esse programa chamado Made in Spain, com José Andrés, um dos mais proeminentes chefs da cozinha espanhola e um apresentador interessado em trazer sua cultura para perto do todos.

Um deleite para os apreciadores dos ingredientes sensacionais, das técnicas de cozinha tradicionais e inovadoras, e também para os apaixonados pela Espanha, como eu e a Joana.

O bom humor do apresentador contagia, enquanto ele alterna a execução de receitas em sua cozinha, na sua casa em Washington D.C., e a exploração em vilarejos, fazendas e restaurantes nas diversas regiões de seu país de origem.

A idéia do programa é mostrar onde e como determinados ingredientes são produzidos, e reproduzir alguns dos pratos mais populares usando ingredientes que você pode encontrar perto de sua casa.

Não sei se a série está disponível para assistir no Brasil (aqui nos EUA eu vejo pelo Hulu ou pelo canal PBS), mas você pode conferir vários vídeos no You Tube.

Negócio da China

24 jun

Essa semana fui em Flushing, Queens. Essa região, que fica no extremo leste da cidade de Nova Iorque, no final da linha 7 do metrô, me lembrou São Paulo nas circunvizinhaças da Liberdade: caos, um milhão de letreiro ilegíveis e muita gente de olho puxado.

Lá moram muitos imigrantes do Oriente, incluindo coreanos, indianos, e claro, como em qualquer parte do mundo hoje em dia, chineses.

Minha amiga Tracy, acupunturista e herbalista, tem uma amiga chinesa que sempre leva ela em excursões nesse mundo quase impenetrável para os ocidentais. E, claro, me convidei para uma delas.

Ela começou explicando que em Flushing os chineses são, em sua maioria, da reigão norte daquele país, ao contrário da Chinatown de Manhattan, na qual a origem é sulista. No supermercado, descobri que macarrão não é só feito de farinha de trigo, mas também de arroz, de feijão, de batata-doce!

Depois decobri que as praças de alimentação dos shoppings não são uma invenção moderna, mas as ‘food courts’ são muito comuns, normalmente escondidas no subsolo, cheia de opções, pois cada ‘portinha’ tem uma tia especialista em alguma coisa: macarrão, pato, sopa, e por aí vai. A comunicação, quando não se tem o privilégio de andar com uma interprete, é na base do dedo: aponte o tamanho e o quê, mostre quantos quer, veja quanto custa.

Ao final das compras, fomos relaxar os pezinhos na Reflexologia. Dói a beça, mas é ótimo pra saúde. Enquanto me contorcia discretamente, tenho certeza de que os chinesinhos que apertavam nossos pés riam da nossa cara de dor ‘extrangeira’.

Finalmente chegou a hora mais esperada: comer Huǒ Quō, Shabu-shabu, ou Hot Pot. Uma grande panela de caldo fervente em cima da mesa. Uma montanha de vegetais, carnes, frutos do mar, cogumelos, e outras comidinhas mais, cortadas em porções pequenas suficientes para se colocar na boca. Diversos temperos diferentes que você mistura num potinho a seu gosto para temperar as comidinhas que você coloca para cozinhar na grande panela. Para mim, a invenção do século!

Depois dessa montanha de comida e da imersão na cultura chinesa, só restava o caminho de volta ao ocidente no trem 7.

A grande batalha culinária: manteiga X coco

23 jun

Achei muito interessante o fato de que a ganhadora do Cup Cake Wars é vegana, ou seja, não usa nenhum tipo de produto de origem animal em seus bolinhos.

Julia Child sempre disse que manteiga nunca é demais: “Com manteiga suficiente, tudo fica gostoso”. “Se você tem medo de manteiga, use creme de leite”.

Mas a Chef Chloe entra de cabeça no leite e óleo de coco, ao invés de usar as vaquinhas como sua fonte de gostosura.

Eu, enquanto estudiosa e entusiasta da comida de verdade, sou a favor de ambas. Até porque, sabemos que o que faz a comida gostosa mesmo, além da gordura, é o amor e carinho com que é preparada.