Jardim que faz sentido

11 jul

Acho bonito quem gosta de jardinagem. Minha mãe, por exemplo, adora se entreter com onze-horas e violetas, criando mudinhas, testando cores, buscando o melhor sol pelo período certo de tempo. Eu, por outro lado, nunca tive jeito pra coisa. O cultivo de que mais me orgulhei por um bom tempo foi uma planta carnívora que me durou uns três meses, e que me fazia rir com lembranças de Audrey Junior, da Pequena Loja dos Horrores (me alimente!). Como já deu pra perceber, não vejo graça em plantas que só servem para serem bonitas: só valorizo as com potencial cômico… Sou fã mesmo é de horta, um jardim cheio de plantinhas que, além de bonitas, têm utilidade! Por isso adorei a ideia do engenheiro agrônomo e paisagista Alexandre Furcolin, responsável por um ambiente batizado de Praça Pomodoro & Peperone na Casa Cor São Paulo 2011. O jardim é lindo e todo comestível. Grandes sacos de lona receberam arranjos de alfaces verdinhas, estalando de frescas; lisas, crespas, romanas. E acompanhadas! Tinha rúcula, almeirão, manjericão, salsinha, alecrim. Também por ali, em jardineiras de madeira, estavam tomates, pimentas e pimentões coloridos. No meio de uma mostra cheia de mais do mesmo, os arranjos de hortaliças foram a ideia mais divertida, copiável e barata que eu vi. Isso é o que eu chamo de paisagismo produtivo.

Fotos: Blog Fazendo Sala e divulgação

Também no Apetite.

Quando comer saudável fica complicado demais

4 jul

“Coma comida. Não muita. Na maioria, vegetais.” é como Michael Pollan resume toda a sabedoria alimentar da evolução humana.

É uma regra simples, não é mesmo? Até você entrar no supermercado e se deparar com dezenas de corredores e prateleiras lotadas de opções em embalagens chamativas escritas frases e palavras que fazem nossos olhos brilharem.

Nos dias de hoje, é muito comum encontrar diversas opções de produtos que se autoproclamam “mais saudável”, “natural”, “sem adição de açúcar”, “50% menos gordura”, “40% menos calorias”, “agora com farinha integral”, “mais de 8 vitaminas e minerais adicionados”. E na ilusão da comodidade e de que a junk food foi transformada em algo que pode ser degustado sem culpa, compramos com a certeza de que fizemos a melhor escolha.

Será?

Marion Nestle, em seu livro “Food Politics“, descortina o que está por trás da indústria de alimentos e suplementos, esclarecendo a origem desta demanda por alimentos ditos saudáveis e/ou transformados em uma versão melhorada. O que começou como uma tentativa do governo de suprir a quantidade mínima recomendada de vitaminas e minerais à uma população que ainda sofria da escassez de certos nutrientes, hoje se tornou um poderoso instrumento de marketing, que ajuda aumentar as vendas e melhorar a reputação das marcas.

A questão principal é: qual a melhor forma de nutrir meu corpo para que ele possa viver em toda a sua potencialidade?

A resposta está no projeto que a natureza desenhou, nosso DNA. Os genes foram programados para reagir aos estímulos do ambiente, e o alimento é uma das formas mais impactantes de se “ligar e desligar esses interruptores”. Por mais que eles se adaptem às mudanças, nossas células ainda esperam ansiosas por aqueles nutrientes no formato programado originalmente, ou seja, outras substâncias criadas pela própria natureza.

Aí é que a coisa começa a se complicar. Nós começamos a modificar os alimentos, processando-os em indústrias para produzir em maior quantidade, alterando geneticamente para aumentar produtividade, acrescentando substâncias químicas ou simulando artificialmente compostos encontrados na natureza para aumentar o tempo de prateleira, entre outras coisas.

E comida passou a ser, cada vez mais, algo que “nasce” nas gôndolas do supermercado, ao invés de algo que se cultiva e colhe e come.

Para sobreviver a essa “guerra da propaganda” e garantir que eu coma na maior parte do tempo algo realmente saudável e nutritivo, eu tenho algumas regrinhas que me ajudam na hora de fazer compras:

  1. Uma forma de driblar toda essa confusão é voltar ao básico. Faço compras em feiras livres, pois, em sua maioria, as opções vieram diretamente da plantação para sua mesa.
  2. No supermercado, vou direto para a sessão de hortifruti, e busco opções em sua “embalagem natural”. Tudo que ainda puder ser reconhecido no formato de planta ou animal vale.
  3. Evito ao máximo o que vier em embalagens coloridas, com slogans, frases apelativas, mocinhas uniformizadas servindo para degustação, tiver um tempo de validade de anos. Analiso se realmente aquela é uma boa escolha para mim naquele momento.
  4. Leio atentamente as embalagens dos produtos. Se a lista começar com açúcar ou sal, ou qualquer coisa que não seja um alimento real, não levo. Verifico também se há outras marcas que não usem ou que utilizem menor quantidade desses temperos.
  5. Se eu não consigo usar minha boca para falar, não coloco dentro dela. Se na lista de ingredientes tiver um monte de nomes impronunciáveis, melhor procurar outra opção ou cozinhar eu mesma. Essas substâncias químicas vão fazer o corpo ter tanto trabalho para digerir, que não vai restar nenhum nutriente no final da digestão.

Se quiser incrementar um pouco mais esta lista de regras, recomendo o livro “Regras da Comida“, do Micheal Pollan, um verdadeiro guia para qualquer pessoa que coma. Aqui também você encontra mais algumas ideias para te ajudar na hora de fazer escolhas mais saudáveis e mais simples.

Boas compras, bom apetite, e boa saúde!

Também em Melissa Setubal.

Teste drive decorativo online

24 maio

Vai reformar a casa? Comprar novos móveis? Trocar o lugar da mobília que já tem? Antes de botar a mão na massa, faça um test drive virtual. O Autodesk Homestyler tem uma ferramenta online gratuita para você visualizar em 3D como vai ficar o cantinho depois da transformação.

É possível conferir formatos e tamanhos dos cômodos, diferentes pisos, cores para a parede, móveis de marcas gringas, um monte de previsões para o futuro domiciliar. E dá para salvar o projeto e tudo.

Por que as coisas acontecem?

18 maio

Como prever um tornado? Que importância tem uma mãe dentro de um grupo social? Todas as dúvidas que você teve na vida (ou ainda nem parou pra pensar) estão respondidas no site Why Files.

Ser curioso é bom, mas melhor ainda quando dá para saber a resposta, né?

Uma bela faxina!

10 jan

Sabe aquela máxima que diz que para você conseguir algo novo você tem que criar espaço retirando algo velho? Temos todos muitos hábitos, muitas coisas, muitos sentimentos que podemos dispensar, não é mesmo? Que tal, então, se livrar do excesso de bagagem para mais uma jornada de um ano? Confira aqui as dicas para uma boa faxina para 2011 entrar com energia positivas e com muito espaço para receber saúde, paz, amor e harmonia.

O nosso corpo deve ser a primeira parada. O que fazemos com ele determina a energia que temos para fazer tudo o mais em nossa vida. Por isso, é importante prestar muita atenção para o que colocamos para dentro, e como podemos ajudá-lo a colocar para fora o que não nos serve. Nosso foco, principalmente por estarmos próximos do verão, deve ser:
– Muita água. Deve ser a primeira coisa que você tem que colocar no seu corpo pela manhã para limpar as toxinas acumuladas durante o sono, literalmente lavando seu corpo por dentro. De 250 a 500 ml logo após acordar, todos os dias. Se quiser dar uma ajudinha extra ao fígado, e não tiver problemas de estômago, pingue umas gotinhas de limão.
– Bastantes vegetais folhosos verde-escuros, como couve, salsinha, rúcula, espinafre e outros. Eles ajudam o fígado a processar as toxinas como comidas gordurosas, excesso de proteínas e álcool. Você também pode começar o dia com um suco verde de salsa, aipo, pepino, maçã verde e limão.
– Fibras. Elas ajudam a capturar o excesso de proteínas e gorduras que fica acumulado nos intestinos, e a balancear o nível de glicose no sangue, que fica comprometido com tantas sobremesas. Coloque uma colher de sopa de linhaça triturada (ou a farinha) em um copo de água, ou do suco verde, ou ainda na salada de frutas logo de manhã cedo.
– Frutas frescas. Aproveite a abundância nessa época do ano e se refresque com esses verdadeiros pacotes de vitaminas, minerais e fitonutrientes. Mistures as mais doces com as mais ácidas e as fibrosas para balancear, criando contrastes de cores, sabores e texturas. Melhor ainda quando consumidas com algumas castanhas ou sementes (ou a linhaça triturada) e uns pinguinhos de limão.
– Movimento. Item essencial para livrar o corpo de tensões, estresse e exageros. Yoga é especialmente boa para ajudar o corpo num processo de limpeza. Invista em asanas (posturas) de torção, que “espremem” os órgãos internos no abdômen e incentivam a eliminação de toxinas.

A nossa mente é quem governa nossas vontades e ações. Se queremos fazer o melhor por nossa vida, não vai ser numa cabeça poluída por pensamentos ansiosos e bagunçados que vamos conseguir criar o que sonhamos. Aprenda como varrer a sujeira para fora e tirar a poeira de velhos sonhos:
– Respire. Aprenda com os yogis técnicas diversas para limpeza do corpo e da mente. A respiração polarizada é muito eficaz em acalmar mentes agitadas, pessoas estressadas ou até mesmo relaxar um pouco mais para entrar no novo ano com muita calma e tranquilidade.
– Pare. Simplesmente dê-se tempo para fazer nada todos os dias. Sente-se confortavelmente com a coluna ereta, feche os olhos e preste atenção na sua respiração. Deixe os pensamentos que vierem passarem por você, como fosse uma onda que passa pelos seus pés. Ao invés de fazer um balanço do que você fez ou deixou de fazer, simplesmente agradeça cada pensamento que vier e deixe-o ir embora.
– Diga não. Perceba o que é prioridade para você nesse momento e recuse qualquer outra atividade, pedido ou tentação que vier te desviar do que vai te fazer feliz, satisfeito ou de cumprir uma promessa consigo mesmo. Pratique essa habilidade determinando limites que você quer estabelecer para si mesmo, e começar o ano em saldo positivo com você.
– Diga sim. Perceba o que desperta paixão, alegria e tranqüilidade e inclua essa coisas em sua rotina. Aproveite para explorar habilidades adormecidas e sonhos de criança, e planeje para que se realize durante 2011.
– Escreva. Coloque no papel todos aqueles desejos, projetos e resoluções para o ano novo. Ao lado de cada um, coloque o nome de 3 pessoas com quem você vai contar para te manter motivado a dar continuidade a essa promessa. Fale com essas pessoas e peça esse apoio, oferecendo ajudá-la em algum projeto delas. Dessa forma, vocês se dão apoio e incentivo, e aumenta muito a probabilidade de realizarem o quer.

O nosso coração muitas vezes mais parece um saco de lixo, onde a gente vai guardando um monte de sofrimento e sentimentos ruins, e não tem a menor idéia do que fazer com tudo isso. Veja o que vale a pena reutilizar, reciclar, e o que é melhor mesmo ser descartado:
– Fique perto de quem te faz bem. Sabe aquelas pessoas na nossa vida que te dão energia quando você interagem com elas, aquelas que você conversa e você tem a nítida sensação de calma e alegria? Faça um lista de quem são essas pessoas que te dão suporte em você ser a melhor versão de você mesmo, e escreva ao lado como você poderia mostrar para ela o quanto ela é importante. Aproveite que é Natal e as pessoas ficam mais emotivas para mostrar os seus sentimentos.
– Tenha compaixão com a raiva. Não será muito melhor começar um novo ano sem carregar toda essa bagagem nas costas? Todos sentimos raiva, frustração, irritação, isso é humano. Vá para a frente do espelho e veja a sua cara quando você está no auge desse sofrimento. É uma cara ridícula, não? Ria, faça palhaçadas para si mesmo. Lembre-se de sentir raiva é legítimo, mas não é necessário ficar preso a ele, e concretizá-lo em seu corpo. Isso só gera mais sofrimento.
– Comece novo. Aquele relacionamento que parece não ter solução pode sim ser resgatado. Escreva uma carta para essa pessoa explicando o que fez você se sentir mal com ela, quais os sentimentos que afloraram e como isso impactou no relacionamento de vocês. Agora, leia essa carta para você mesmo (ou para uma pessoa neutra, que talvez nem conheça a outra pessoa) diversas vezes, em voz alta, até você começar a entender qual o seu papel na criação dessa barreira neste relacionamento. O resultado pode ser até que você possa retomar essa convivência de forma harmoniosa e amorosa novamente!
– Fique perto de bebês. Mesmo que você não seja o tipo maternal. Observe-os com calma, como eles interagem, como eles sorriem, como eles vão de um momento a outro sem se apegar a nenhum sentimento. Perceba que num minuto eles choram, no outro se distraem com um brinquedo, no outro mamam, no outro dormem. Tudo isso sem se preocupar o que vai acontecer, com que os outros vão pensar. Eles simplesmente amam a vida. Veja como você pode resgatar essa atitude para o ano que vai nascer.
– Divirta-se. Qual foi a última vez que você deu uma gargalhada? Você precisa gastar dinheiro para se divertir? É algo somente permitido nos finais de semana? Resgate suas lembranças de infância e se pergunte o que você pode fazer no próximo ano para ter novamente aqueles mesmos sentimentos presentes todo dia? Divirta-se escrevendo sobre isso de forma livre, e decidindo o que você vai tentar fazer e com quem. E termine ligando para alguém para ir se divertir junto com você agora mesmo! A nossa casa é um reflexo do que acontece dentro da gente. Mas também pode acontecer o inverso: ao organizarmos nossa casa, acabamos por nos organizar internamente. Aqui vão dicas para como caprichar naquela faxina do final do ano, fazer a casa ficar um brinco, e corpo-mente-alma em harmonia.
– Dê presentes, mas não compre nada. Escolha coisas que você possui e usa muito pouco, ou nunca usou em 6 meses, ou que não faz mais o seu estilo, ou que você ganhou de presente e não usou e dê de presente. Sugira um amigo X na família em que todos façam dessa forma, inclusive as crianças. Isso faz a energia estagnada circular e ainda praticar a generosidade sem comprometer a conta bancária. – Ajude uma biblioteca. Quem não tem livros guardando poeira dentro de armários e em estantes? Sejam clássicos, contemporâneos ou técnicos, há sempre espaço para mais livros em bibliotecas públicas, desde universidades e escolas, até em terminais de ônibus. Você ganha espaço e um obrigada.
– Abra os armários e o coração. Verifique em cada estantes, cabide, porta coisas que você diga sim, não e talvez. Sim para o que você realmente gosta e usa com muito freqüência. Não para o que não foi usado ou concertado no último ano. Talvez para coisas que podem ser concertadas com facilidade ou reaproveitadas para outra utilidade imediata. Faça isso no quarto, na cozinha, no escritório, na despensa. E doe tudo o que ainda está em bom estado de uso na categoria não.
– Seja verde. Aproveite que os produtos ecológicos e orgânicos de higiene e limpeza estão aparecendo no mercado e se livre dos produtos químicos que intoxicam seu lar e seu corpo. Assim tudo fica limpo de verdade. – Recicle a energia e os materiais. Papéis guardados não acumulam só sujeira, mas também criam um ponto de estagnação de energia na casa. Organize-os em pastas ou sacos plásticos e elimine o que não tem mais serventia, para serem reciclados.

Também no blog Melissa Setubal.