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Quando comer saudável fica complicado demais

4 jul

“Coma comida. Não muita. Na maioria, vegetais.” é como Michael Pollan resume toda a sabedoria alimentar da evolução humana.

É uma regra simples, não é mesmo? Até você entrar no supermercado e se deparar com dezenas de corredores e prateleiras lotadas de opções em embalagens chamativas escritas frases e palavras que fazem nossos olhos brilharem.

Nos dias de hoje, é muito comum encontrar diversas opções de produtos que se autoproclamam “mais saudável”, “natural”, “sem adição de açúcar”, “50% menos gordura”, “40% menos calorias”, “agora com farinha integral”, “mais de 8 vitaminas e minerais adicionados”. E na ilusão da comodidade e de que a junk food foi transformada em algo que pode ser degustado sem culpa, compramos com a certeza de que fizemos a melhor escolha.

Será?

Marion Nestle, em seu livro “Food Politics“, descortina o que está por trás da indústria de alimentos e suplementos, esclarecendo a origem desta demanda por alimentos ditos saudáveis e/ou transformados em uma versão melhorada. O que começou como uma tentativa do governo de suprir a quantidade mínima recomendada de vitaminas e minerais à uma população que ainda sofria da escassez de certos nutrientes, hoje se tornou um poderoso instrumento de marketing, que ajuda aumentar as vendas e melhorar a reputação das marcas.

A questão principal é: qual a melhor forma de nutrir meu corpo para que ele possa viver em toda a sua potencialidade?

A resposta está no projeto que a natureza desenhou, nosso DNA. Os genes foram programados para reagir aos estímulos do ambiente, e o alimento é uma das formas mais impactantes de se “ligar e desligar esses interruptores”. Por mais que eles se adaptem às mudanças, nossas células ainda esperam ansiosas por aqueles nutrientes no formato programado originalmente, ou seja, outras substâncias criadas pela própria natureza.

Aí é que a coisa começa a se complicar. Nós começamos a modificar os alimentos, processando-os em indústrias para produzir em maior quantidade, alterando geneticamente para aumentar produtividade, acrescentando substâncias químicas ou simulando artificialmente compostos encontrados na natureza para aumentar o tempo de prateleira, entre outras coisas.

E comida passou a ser, cada vez mais, algo que “nasce” nas gôndolas do supermercado, ao invés de algo que se cultiva e colhe e come.

Para sobreviver a essa “guerra da propaganda” e garantir que eu coma na maior parte do tempo algo realmente saudável e nutritivo, eu tenho algumas regrinhas que me ajudam na hora de fazer compras:

  1. Uma forma de driblar toda essa confusão é voltar ao básico. Faço compras em feiras livres, pois, em sua maioria, as opções vieram diretamente da plantação para sua mesa.
  2. No supermercado, vou direto para a sessão de hortifruti, e busco opções em sua “embalagem natural”. Tudo que ainda puder ser reconhecido no formato de planta ou animal vale.
  3. Evito ao máximo o que vier em embalagens coloridas, com slogans, frases apelativas, mocinhas uniformizadas servindo para degustação, tiver um tempo de validade de anos. Analiso se realmente aquela é uma boa escolha para mim naquele momento.
  4. Leio atentamente as embalagens dos produtos. Se a lista começar com açúcar ou sal, ou qualquer coisa que não seja um alimento real, não levo. Verifico também se há outras marcas que não usem ou que utilizem menor quantidade desses temperos.
  5. Se eu não consigo usar minha boca para falar, não coloco dentro dela. Se na lista de ingredientes tiver um monte de nomes impronunciáveis, melhor procurar outra opção ou cozinhar eu mesma. Essas substâncias químicas vão fazer o corpo ter tanto trabalho para digerir, que não vai restar nenhum nutriente no final da digestão.

Se quiser incrementar um pouco mais esta lista de regras, recomendo o livro “Regras da Comida“, do Micheal Pollan, um verdadeiro guia para qualquer pessoa que coma. Aqui também você encontra mais algumas ideias para te ajudar na hora de fazer escolhas mais saudáveis e mais simples.

Boas compras, bom apetite, e boa saúde!

Também em Melissa Setubal.

Uma bela faxina!

10 jan

Sabe aquela máxima que diz que para você conseguir algo novo você tem que criar espaço retirando algo velho? Temos todos muitos hábitos, muitas coisas, muitos sentimentos que podemos dispensar, não é mesmo? Que tal, então, se livrar do excesso de bagagem para mais uma jornada de um ano? Confira aqui as dicas para uma boa faxina para 2011 entrar com energia positivas e com muito espaço para receber saúde, paz, amor e harmonia.

O nosso corpo deve ser a primeira parada. O que fazemos com ele determina a energia que temos para fazer tudo o mais em nossa vida. Por isso, é importante prestar muita atenção para o que colocamos para dentro, e como podemos ajudá-lo a colocar para fora o que não nos serve. Nosso foco, principalmente por estarmos próximos do verão, deve ser:
– Muita água. Deve ser a primeira coisa que você tem que colocar no seu corpo pela manhã para limpar as toxinas acumuladas durante o sono, literalmente lavando seu corpo por dentro. De 250 a 500 ml logo após acordar, todos os dias. Se quiser dar uma ajudinha extra ao fígado, e não tiver problemas de estômago, pingue umas gotinhas de limão.
– Bastantes vegetais folhosos verde-escuros, como couve, salsinha, rúcula, espinafre e outros. Eles ajudam o fígado a processar as toxinas como comidas gordurosas, excesso de proteínas e álcool. Você também pode começar o dia com um suco verde de salsa, aipo, pepino, maçã verde e limão.
– Fibras. Elas ajudam a capturar o excesso de proteínas e gorduras que fica acumulado nos intestinos, e a balancear o nível de glicose no sangue, que fica comprometido com tantas sobremesas. Coloque uma colher de sopa de linhaça triturada (ou a farinha) em um copo de água, ou do suco verde, ou ainda na salada de frutas logo de manhã cedo.
– Frutas frescas. Aproveite a abundância nessa época do ano e se refresque com esses verdadeiros pacotes de vitaminas, minerais e fitonutrientes. Mistures as mais doces com as mais ácidas e as fibrosas para balancear, criando contrastes de cores, sabores e texturas. Melhor ainda quando consumidas com algumas castanhas ou sementes (ou a linhaça triturada) e uns pinguinhos de limão.
– Movimento. Item essencial para livrar o corpo de tensões, estresse e exageros. Yoga é especialmente boa para ajudar o corpo num processo de limpeza. Invista em asanas (posturas) de torção, que “espremem” os órgãos internos no abdômen e incentivam a eliminação de toxinas.

A nossa mente é quem governa nossas vontades e ações. Se queremos fazer o melhor por nossa vida, não vai ser numa cabeça poluída por pensamentos ansiosos e bagunçados que vamos conseguir criar o que sonhamos. Aprenda como varrer a sujeira para fora e tirar a poeira de velhos sonhos:
– Respire. Aprenda com os yogis técnicas diversas para limpeza do corpo e da mente. A respiração polarizada é muito eficaz em acalmar mentes agitadas, pessoas estressadas ou até mesmo relaxar um pouco mais para entrar no novo ano com muita calma e tranquilidade.
– Pare. Simplesmente dê-se tempo para fazer nada todos os dias. Sente-se confortavelmente com a coluna ereta, feche os olhos e preste atenção na sua respiração. Deixe os pensamentos que vierem passarem por você, como fosse uma onda que passa pelos seus pés. Ao invés de fazer um balanço do que você fez ou deixou de fazer, simplesmente agradeça cada pensamento que vier e deixe-o ir embora.
– Diga não. Perceba o que é prioridade para você nesse momento e recuse qualquer outra atividade, pedido ou tentação que vier te desviar do que vai te fazer feliz, satisfeito ou de cumprir uma promessa consigo mesmo. Pratique essa habilidade determinando limites que você quer estabelecer para si mesmo, e começar o ano em saldo positivo com você.
– Diga sim. Perceba o que desperta paixão, alegria e tranqüilidade e inclua essa coisas em sua rotina. Aproveite para explorar habilidades adormecidas e sonhos de criança, e planeje para que se realize durante 2011.
– Escreva. Coloque no papel todos aqueles desejos, projetos e resoluções para o ano novo. Ao lado de cada um, coloque o nome de 3 pessoas com quem você vai contar para te manter motivado a dar continuidade a essa promessa. Fale com essas pessoas e peça esse apoio, oferecendo ajudá-la em algum projeto delas. Dessa forma, vocês se dão apoio e incentivo, e aumenta muito a probabilidade de realizarem o quer.

O nosso coração muitas vezes mais parece um saco de lixo, onde a gente vai guardando um monte de sofrimento e sentimentos ruins, e não tem a menor idéia do que fazer com tudo isso. Veja o que vale a pena reutilizar, reciclar, e o que é melhor mesmo ser descartado:
– Fique perto de quem te faz bem. Sabe aquelas pessoas na nossa vida que te dão energia quando você interagem com elas, aquelas que você conversa e você tem a nítida sensação de calma e alegria? Faça um lista de quem são essas pessoas que te dão suporte em você ser a melhor versão de você mesmo, e escreva ao lado como você poderia mostrar para ela o quanto ela é importante. Aproveite que é Natal e as pessoas ficam mais emotivas para mostrar os seus sentimentos.
– Tenha compaixão com a raiva. Não será muito melhor começar um novo ano sem carregar toda essa bagagem nas costas? Todos sentimos raiva, frustração, irritação, isso é humano. Vá para a frente do espelho e veja a sua cara quando você está no auge desse sofrimento. É uma cara ridícula, não? Ria, faça palhaçadas para si mesmo. Lembre-se de sentir raiva é legítimo, mas não é necessário ficar preso a ele, e concretizá-lo em seu corpo. Isso só gera mais sofrimento.
– Comece novo. Aquele relacionamento que parece não ter solução pode sim ser resgatado. Escreva uma carta para essa pessoa explicando o que fez você se sentir mal com ela, quais os sentimentos que afloraram e como isso impactou no relacionamento de vocês. Agora, leia essa carta para você mesmo (ou para uma pessoa neutra, que talvez nem conheça a outra pessoa) diversas vezes, em voz alta, até você começar a entender qual o seu papel na criação dessa barreira neste relacionamento. O resultado pode ser até que você possa retomar essa convivência de forma harmoniosa e amorosa novamente!
– Fique perto de bebês. Mesmo que você não seja o tipo maternal. Observe-os com calma, como eles interagem, como eles sorriem, como eles vão de um momento a outro sem se apegar a nenhum sentimento. Perceba que num minuto eles choram, no outro se distraem com um brinquedo, no outro mamam, no outro dormem. Tudo isso sem se preocupar o que vai acontecer, com que os outros vão pensar. Eles simplesmente amam a vida. Veja como você pode resgatar essa atitude para o ano que vai nascer.
– Divirta-se. Qual foi a última vez que você deu uma gargalhada? Você precisa gastar dinheiro para se divertir? É algo somente permitido nos finais de semana? Resgate suas lembranças de infância e se pergunte o que você pode fazer no próximo ano para ter novamente aqueles mesmos sentimentos presentes todo dia? Divirta-se escrevendo sobre isso de forma livre, e decidindo o que você vai tentar fazer e com quem. E termine ligando para alguém para ir se divertir junto com você agora mesmo! A nossa casa é um reflexo do que acontece dentro da gente. Mas também pode acontecer o inverso: ao organizarmos nossa casa, acabamos por nos organizar internamente. Aqui vão dicas para como caprichar naquela faxina do final do ano, fazer a casa ficar um brinco, e corpo-mente-alma em harmonia.
– Dê presentes, mas não compre nada. Escolha coisas que você possui e usa muito pouco, ou nunca usou em 6 meses, ou que não faz mais o seu estilo, ou que você ganhou de presente e não usou e dê de presente. Sugira um amigo X na família em que todos façam dessa forma, inclusive as crianças. Isso faz a energia estagnada circular e ainda praticar a generosidade sem comprometer a conta bancária. – Ajude uma biblioteca. Quem não tem livros guardando poeira dentro de armários e em estantes? Sejam clássicos, contemporâneos ou técnicos, há sempre espaço para mais livros em bibliotecas públicas, desde universidades e escolas, até em terminais de ônibus. Você ganha espaço e um obrigada.
– Abra os armários e o coração. Verifique em cada estantes, cabide, porta coisas que você diga sim, não e talvez. Sim para o que você realmente gosta e usa com muito freqüência. Não para o que não foi usado ou concertado no último ano. Talvez para coisas que podem ser concertadas com facilidade ou reaproveitadas para outra utilidade imediata. Faça isso no quarto, na cozinha, no escritório, na despensa. E doe tudo o que ainda está em bom estado de uso na categoria não.
– Seja verde. Aproveite que os produtos ecológicos e orgânicos de higiene e limpeza estão aparecendo no mercado e se livre dos produtos químicos que intoxicam seu lar e seu corpo. Assim tudo fica limpo de verdade. – Recicle a energia e os materiais. Papéis guardados não acumulam só sujeira, mas também criam um ponto de estagnação de energia na casa. Organize-os em pastas ou sacos plásticos e elimine o que não tem mais serventia, para serem reciclados.

Também no blog Melissa Setubal.

Resoluções de fim de ano

21 dez

Foto: Getty Images

Quantas vezes eu já falei pra mim mesma “esse ano vai ser diferente”? Quantos planos de mudar meus hábitos nem saíram do pensamento, que o diga colocá-los em prática? A culpa disso sempre cai na famosa força de vontade, né? Você já parou para pensar que é possível que a comilança e a bebedeira das festas de final de ano sejam uma grande influência nessa falta de energia?

O “efeito gangorra”, provocado pelas comidinhas e bebidinhas mais tradicionais dessa época, faz com que nosso humor varie radicalmente diversas vezes durante o dia: acordamos de ressaca de tudo que comemos e bebemos na festa da empresa na noite anterior, tentamos desesperadamente compensar o cansaço de dormir pouco com muito café, para conseguir se arrastar durante o dia. E, quando você pensa que vai pra casa descansar, você lembra que tem que ir direto pra festinha da escola do filho. E, porque não teve tempo nem de comer direito, cai de boca nos salgadinhos e na cerveja de mais uma festa, e sai de lá relaxada e agitada ao mesmo tempo. Só para começar o ciclo de novo no dia seguinte.

Esse efeito de expansão e contração muito extremas para o corpo, mantidos por algum tempo, começam a causar consequências na forma como nossos órgãos internos funcionam e, ao final da maratona de festas, não há ser humano que tenha energia para planejar e executar qualquer nova empreitada.

Tudo começa pelo excesso de doces e sobremesas, bebidas alcoólicas e refrigerantes. Açúcar e álcool fazem os tecidos do corpo se expandirem, e assim temos uma imediata sensação de relaxamento. Mas, na verdade, essas substâncias provocam a liberação de grandes doses de adrenalina, o hormônio do estresse, e de insulina, o hormônio que processa a glicose no sangue. Esse desequilíbrio, mantido durante esse período, faz ser quase impossível produzir serotonina suficiente, o hormônio que traz a sensação de calma e contentamento. E, assim, criamos um corpo estressado e um humor deprimido.

No outro extremo, temos as comidas contrativas salgadas, como as carnes assadas e embutidas, queijos, molhos. Ao comer em excesso esses produtos, ficamos mais tensas, facilmente irritáveis e agressivas. Já a gordura, presente em grandes quantidades em todas elas, dificulta nosso fígado a limpar as toxinas e processar os hormônios no organismo.

E assim, o círculo vicioso continua: comemos muita carne, ficamos irritáveis e criamos o desejo pelo falso efeito de relaxamento dos doces, liberando muita insulina e adrenalina, criando estresse. Continuamos a ingerir bebidas alcoólicas, criamos o desejo pelas comidas salgadas e gordurosas, que impedem a desintoxicação desse álcool por meio do fígado. No meio disso tudo, estamos exaltadas, deprimidas, aéreas, logo depois anestesiadas e agitadas, logo depois de mau humor, cansadas.

A melhor época para começar a colocar em prática as resoluções de ano novo é antes do velho terminar. Comece pela forma como você come durante as comemorações, e aproveite a grande variedade de comidas para fazer escolhas inteligentes. A grande estrela da ceia de Natal, por exemplo, também pode ser o ingrediente principal no seu prato: a carne de peru, além de mais leve e magra, contém triptofano, uma substância conhecida por suas propriedades relaxantes e indutoras do sono.

Já as castanhas e sementes são ótimas fontes de energia: ajudam a estabilizar o humor, controlando o nível de glicose no sangue, e são uma excelente fonte de ômega-3, muito importante para um cérebro feliz. Aproveite também a abundância de frutas frescas da estação. Você pode, sim, saborear com calma e vontade a sua porção de sobremesa. Mas, se aquele seu lado formiguinha continuar te tentando depois disso, as frutas estão ali para suprir esse desejo, com a vantagem de serem cheias de vitaminas, minerais e fitonutrientes essenciais para o balanceamento hormonal.

Use e abuse da sempre bem-vinda água em qualquer festa! Ela ajuda na sensação de saciedade, na eliminação de toxinas, e a espantar o cansaço. Se você escolher consumir bebida alcoólica, o vinho tinto já é um conhecido promotor da saúde do coração. Consuma uma taça durante a festa, sempre acompanhado de muita água.

É claro que uma alimentação saudável e equilibrada é uma boa pedida o ano inteiro. Mas imagine o quanto será ótimo começar 2011 cheia de energia e disposição, pronta para colocar em prática todos aqueles planos que você tem para ter uma vida sensacional e um delicioso ano novo.

Também no blog Melissa Setubal.

Meditação da mudança de endereço

10 ago

Fazer mudança de endereço pode dar um frio na espinha de muita gente. Sair da nossa zona de conforto, preparar todos os detalhes que envolvem destituir sua vida de um lugar e construir em outro, definitivamente é um teste de o quanto somos apegados a nossas coisas materiais e o quanto estamos preparados para lidar com a impermanência de tudo na vida.

Já sabendo minha tendência de caracol e levar tudo que tenho sempre comigo (que digam minha pesadas malas em qualquer viagem e a promessa em vão de ser mais criteriosa da próxima vez), não hesitei em chamar por ajuda. Minhas querida amigas Biu e Tracy vieram ao resgate e me ajudaram com boa parte do empacotamento. Mas outra parte muito importante foi, antes de botar a mão na massa, contar com a expertise da incrível Milena Borges e seus dotes de personal organizer.

Ela veio aqui em casa e deu uma boa olhada em tudo que tenho e queria levar comigo, e com precisão e critério, foi me ajudando a me livrar do excesso de bagagem na minha mudança de Nova Iorque de volta para o Brasil.

Eis aqui umas boas dicas que me ajudaram a me concentrar no essencial e não sentar e chorar diante da montanha de coisas para empacotar:

  • Planejei a distribuição de pesos entre as caixas e malas. Eu tenho muitos livros e isso pesa muito. Então distribui eles entre as várias caixas na parte de baixo, para criar uma base estável para os objetos menores ou mais delicados acima e no meio da caixa.
  • Usei roupas, lençóis, toalhas, travesseiros, almofadas que eu já iria levar como ‘amortecedores de impacto’, nas laterais, no topo e na base da caixa/mala,  entre os espaços que sobram entre os objetos, ou embalando-os.
  • Utilizei o espaço interior de objetos ocos para encaixar objetos menores, mais delicados. As minhas botas foram perfeitas pra isso, pois não somente usei esse espaço normalmente inutilizado como ajudo a conservar a forma delas durante o transporte.
  • Antes de começar qualquer empacotamento, avaliei primeiro tudo que possuo e dividi em 3 categorias: o que não serve para mais nada e vai pro lixo/reciclagem, o que vou doar/vender, o que vou efetivamente levar. Nesta avaliação, refliti bem o quanto eu investi no objeto, qual seu estado de conservação, se ele é exclusivo ou se eu posso adquirir novamente com facilidade, quão prático é e quanto vou gastar para transportá-lo.

Nessa hora, minha meditação foi se eu realmente precisava daquele objeto no curto prazo e como ele me servia até então. Percebi que eu tinha duas reações interessantes: apego a objetos que já estavam gastos e deteriorando e que eu não queria abrir mão, e apego a objetos que eu quase nunca usei e que tem valor/status. Em ambas as situações a melhor resposta foi deixar ir.

No final das contas, fazer mudança é um rito de passagem, e por isso temos que passar por uma limpeza tanto exterior quanto interior para abrirmos espaço para as novas coisas e experiência que virão em nossas vida. Sinto-me literalmente mais leve depois disso.

Deseje-me boa viagem.

Naqueles dias…

22 jul

Sim, estou falando daquela época do mês que nós mulherzinhas passamos. Menstruar é um ato que não consegue passar despercebido. Principalmente quando se trata de absorventes. Existem tantos tipos diferentes, que uma excursão no supermercado quase deixa qualquer um tonto, prncipalmente os homens da nossa vida quando são pegos de surpresa por nossos pedidos desesperados quando a gente se dá conta que a danada veio e esquecemos de nos abastecer de montanhas de almofadinhas brancas.

Você já parou para pensar na quantidade de dinheiro que você gasta anualmente com isso? Cerca de R$ 200 se você comprar a marca mais baratinha.

E na quantidade de lixo não-degradável que você deixa para as próximas gerações? Além de trazer risco de contaminação, uma vez que se trata de secreção humana, os plásticos demoram mais de 100 anos para se decompor. Imagine mais de 3 bilhões de mulheres gerando esse tipo de lixo!

E nos apertos de passamos por não estarmos carregando sempre em todas as bolsas que temos? Quantas vezes nós já tivemos que apelar para uma amiga ou para uma desconhecida num banheiro público, ou até para o nada adequado montinho de papel higiênico.

E nos riscos diversos a saúde que os absorventes íntimos descartáveis trazem? Além dos absorventes interno poderem aumentar o risco de infecções e outros problemas na região da vagina e útero, o cloro usado para deixar o absorvente branquinho é tóxico!

Bom, acho que você já deve estar se perguntando “mas o que diabos eu devo fazer então? Esperar 5 dias, até passar, em casa sentada no vaso sanitário?”. Ou “essa louca vai me falar que eu devo usar o absorvente reutilizável, um espécime moderno do famoso ‘paninho’ da avó”.

Nada disso. Trago para vocês o que aprendi ao começar minha jornada para voltar a menstruar: o DivaCup! Esse utensílio sensacional é a coisa mais simples e perfeita para esse momento do nosso mês que costuma ser tão confuso e desconfortável. Se trata de um copinho de silicone que você insere na sua vagina, que por ter paredes musculosas, segura o bicho lá dentro e não deixa escapar nada.

O melhor da história: você pode esvaziar apenas duas vezes por dia (ou seja, chega de trocar absorvente toda hora!), pode usar durante a noite e por até 12 horas seguidas. Você lava com sabonete quando termina de esvaziar no vaso e coloca de novo de volta. Ele dura cerca de 1 ano e não há contra-indicações. Ele é seguro para a saúde pois não contém plásticos nem borracha, ou aditivos ou colorantes.

Você pode levar sua vida normalmente e fazer qualquer atividade com ele (menos sexo, já que ele fica no meio do caminho 🙂